Miro Teixeira

Miro Teixeira
Miro Teixeira
Miro Teixeira em 2018.
Deputado federal pelo Rio de Janeiro
Período 1.º- 1º de fevereiro de 1971
a 1º de fevereiro de 1983
(3 mandatos consecutivos)
2.º- 1º de fevereiro de 1987
a 1º de fevereiro de 2019
(8 mandatos consecutivos)
16.º Ministro das Comunicações do Brasil
Período 1º de janeiro de 2003
a 1º de janeiro de 2004
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Antecessor(a) Juarez Quadros
Sucessor(a) Eunício Oliveira
Dados pessoais
Nascimento 27 de maio de 1945 (79 anos)
Rio de Janeiro, RJ
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM)
Prêmio(s) Ordem do Mérito Militar[1]
Partido
Lista
  • MDB (1971–1979)
    PP (1980–1981)
    PMDB (1981–1991)
    PDT (1991–2003)
    PPS (2004)
    PT (2004)
    PDT (2005–2013)
    PROS (2013–2015)
    REDE (2015–2021)
PDT (2021–presente)
Profissão advogado, político

Miro Teixeira GOMM (Rio de Janeiro, 27 de maio de 1945) é um advogado criminalista e político brasileiro filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT). Foi ministro das Comunicações entre 2003 e 2004 pelo governo Lula. Exerceu 11 mandatos na Câmara dos Deputados representando o estado do Rio de Janeiro.

Biografia

Filho de João Antônio Teixeira, fluminense, e Amina Abdalla Derby, imigrante síria[2], formou-se em direito na Universidade Candido Mendes, no Rio de Janeiro, em 1968, especializou-se em direito penal na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), em 1969.

Carreira política

Repórter do jornal O Dia (de propriedade do governador Chagas Freitas), foi eleito deputado federal pela primeira vez em 1970, pelo MDB do antigo estado da Guanabara, sendo reeleito em 1974 e 1978.

Considerado o principal herdeiro do chaguismo, acompanhou Chagas Freitas na fundação do Partido Popular (PP) em 1979, uma tentativa de criação de um partido oposicionista de centro-direita, sob a liderança de Tancredo Neves. Com a incorporação do PP ao PMDB, em 1981, venceu a resistência dos "históricos" do partido e obteve a indicação para a sucessão estadual no ano seguinte.

Favorito a princípio, se afastando do seu mentor político, acabou em terceiro lugar na disputa pelo cargo de governador, com 21% dos votos e derrotado por Leonel Brizola, do PDT.

Voltou à Câmara dos Deputados em 1986, sendo reeleito em 1990, 1994, 1998, 2002 e 2006.[3] No final dos anos 80, afastou-se do correligionário Moreira Franco, o então governador do Rio de Janeiro (a quem apoiou nas eleições estaduais de 1986 e que também havia disputado o governo fluminense em 1982), e passou a se aproximar de Leonel Brizola, seu antigo opositor, filiando-se ao PDT em 1989. Com isso, de herdeiro do chaguismo, passou a ser um dos principais articuladores do brizolismo no Rio de Janeiro. Ocupou diversas vezes a liderança do PDT e orientou a formação de um bloco de partidos de esquerda no Congresso Nacional, opondo-se aos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. A frente desse bloco (que reunia o PT, PDT, PSB, PCdoB e PPS), conseguiu evitar a reforma da previdência e combateu a política de privatizações.

Em 1996 foi candidato à prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, obtendo a quarta colocação.

No início de 2002, procedeu uma consulta ao TSE, que levou à adoção do sistema de verticalização das alianças nacionais e estaduais. No mesmo ano, opondo-se à decisão do partido de fazer da aliança em torno da candidatura presidencial de Ciro Gomes (PPS), anunciou seu apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já no primeiro turno.

Com a vitória do candidato do PT, foi indicado para o Ministério das Comunicações. Assumindo em janeiro de 2003, Teixeira foi condecorado em março do mesmo ano pelo presidente Lula com a admissão à Ordem do Mérito Militar no grau de Grande-Oficial especial.[1] Entretanto, não venceu a resistência do PDT, que rompeu com o governo Lula em seu primeiro ano no governo. Em 2004 foi substituído na pasta das Comunicações, na primeira reforma ministerial do Governo Lula, para ceder espaço ao PMDB. Na dança das cadeiras da reforma foi indicado para a Liderança do Governo na Câmara dos Deputados, que deixou em seguida, alegando não concordar com os termos da Reforma da Previdência de Lula, não podendo, por isso defendê-la em plenário como líder do Governo.

Após um período sem partido, filiou-se ao Partido Popular Socialista (PPS), e em seguida ao PT, por se tornar o PPS partido de oposição ao Governo Lula. Em 2005, retornou ao PDT. Em 2013 era cotada sua filiação no partido da ex-senadora Marina Silva a Rede Sustentabilidade (REDE), porém após o TSE negar o registro da REDE, Miro filia-se ao PROS, deixando o PDT.[4]

Com a obtenção do registro definitivo da Rede Sustentabilidade no TSE,[5][6] Miro Teixeira se torna o primeiro deputado do partido.[7]

Nas eleições de 2018, Miro Teixeira foi candidato a senador pelo estado do Rio de Janeiro pela Rede Sustentabilidade (REDE). A candidatura do então deputado federal foi lançada na convenção estadual da REDE, realizada no dia 1º de agosto de 2018 no Club Municipal, situado no bairro carioca da Tijuca.[8] Para o Governo do Estado do Rio de Janeiro, a REDE apoiou a candidatura do senador Romário, filiado ao Podemos (PODE), embora a presidente nacional da legenda, Marina Silva, tenha discordado do apoio.[9][10] Anteriormente, o deputado federal era cogitado como candidato a governador do Rio de Janeiro, fato que não se concretizou devido a dificuldades para a viabilização da candidatura.[11] No pleito, Miro obteve 430.893 votos (3,09% do total de votos válidos), não se elegendo ao cargo disputado.[12]

Em 2021, voltou às fileiras do Partido Democrático Trabalhista (PDT) após convites do presidente e vice-presidente da sigla, Carlos Lupi e Ciro Gomes, com o objetivo de participar da coordenação da campanha presidencial de Ciro ao Palácio do Planalto em 2022.[13]

Mandatos eletivos

  1. Deputado federal: 1971-1975, GB, MDB (data da posse: 1º de fevereiro de 1971)
  2. Deputado federal: 1975-1979, RJ, MDB (data da posse:1º de fevereiro de 1975)
  3. Deputado federal: 1979-1983, RJ, MDB (data da posse: 1º de fevereiro de 1979)
  4. Deputado federal (Constituinte): 1987-1991, RJ, PMDB (data da posse: 1º de fevereiro de 1987)
  5. Deputado federal (Congresso Revisor): 1991-1995, RJ, PDT (data da posse: 1º de fevereiro de 1991)
  6. Deputado federal: 1995-1999, RJ, PDT (data da posse: 1º de fevereiro de 1995)
  7. Deputado federal: 1999-2003, RJ, PDT (data da posse: 1º de fevereiro de 1999)
  8. Deputado federal: 2003-2007, RJ, PDT (data da posse: 1º de fevereiro de 2003)
  9. Deputado federal: 2007-2011, RJ, PDT (data da posse: 1º de fevereiro de 2007)
  10. Deputado federal: 2011-2015, RJ, PDT (data da posse: 1º de fevereiro de 2011)
  11. Deputado federal: 2015-2019, RJ, PROS (data da posse: 1º de fevereiro de 2015)

Referências

  1. a b BRASIL, Decreto de 25 de março de 2003.
  2. Câmara dos Deputados. «Biografia Miro Teixeira». Consultado em 18 de setembro de 2021 
  3. Miro Teixeira no sitio da Câmara
  4. «Após rejeição da Rede, Miro Teixeira anuncia filiação ao PROS». Consultado em 24 de setembro de 2015 
  5. «TSE registra Rede Sustentabilidade, partido fundado por Marina Silva». Consultado em 23 de setembro de 2015 
  6. «TSE aprova por unanimidade pedido de registro da Rede Sustentabilidade - Notícias - Política». Consultado em 23 de setembro de 2015 
  7. «Decano da Câmara, Miro é o primeiro deputado do partido de Marina». Consultado em 24 de setembro de 2015 
  8. «Rede Sustentabilidade do Rio de Janeiro realiza a sua Convenção Eleitoral». REDE-RJ. 1º de agosto de 2018. Consultado em 14 de dezembro de 2018 
  9. Kawaguti, Luis (27 de julho de 2018). «Romário anuncia aliança com Rede, mas sem abrir palanque para Marina no Rio». UOL. Consultado em 5 de agosto de 2018 
  10. «Marina não quis apoio da Rede a Romário no Rio». ISTOÉ. 26 de julho de 2018. Consultado em 5 de agosto de 2018 
  11. Ribeiro, Jeferson (10 de julho de 2018). «Miro Teixeira (Rede) não deve mais concorrer ao governo do Rio». O Globo. Consultado em 5 de agosto de 2018 
  12. «Senado Rio de Janeiro: Flávio Bolsonaro (PSL) e Arolde de Oliveira (PSD) são eleitos». Gazeta do Povo. 7 de outubro de 2018. Consultado em 7 de dezembro de 2018 
  13. «Miro Teixeira voltará ao PDT para coordenar campanha presidencial de Ciro Gomes». O Globo. 5 de fevereiro de 2021. Consultado em 6 de fevereiro de 2021 

Ligações externas

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  • Camara de deputados

Precedido por
Juarez Martinho Quadros do Nascimento
Ministro das Comunicações do Brasil
2003 — 2004
Sucedido por
Eunício Oliveira
  • v
  • d
  • e
Ditadura militar
(5.ª República)
Bandeira do Brasil
Nova República
(6.ª República)
O ministério foi recriado por meio da medida provisória n° 980, de 10 de junho de 2020, com a divisão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.
  • v
  • d
  • e
Primeiro gabinete de Lula (2003–2007)
Vice-presidente
José Alencar (2003–2007)
Luiz Inácio Lula da Silva, 35.º Presidente do Brasil
Ministérios
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Roberto Rodrigues (2003–2006) • Luis Carlos Guedes Pinto (2006–2007)
Cidades
Olívio Dutra (2003–2005) • Márcio Fortes de Almeida (2005–2007)
Ciência e Tecnologia
Roberto Amaral (2003–2004) • Eduardo Campos (2004–2005) • Sérgio Machado Rezende (2005–2007)
Comunicações
Miro Teixeira (2003–2004) • Eunício Oliveira (2004–2005) • Hélio Costa (2005–2007)
Cultura
Gilberto Gil (2003–2007)
Defesa
José Viegas Filho (2003–2004) • José Alencar (2004–2006) • Waldir Pires (2006–2007)
Desenvolvimento Agrário
Miguel Rossetto (2003–2007)
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Luiz Fernando Furlan (2003–2007)
Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Patrus Ananias (2004–2007)
Educação
Cristovam Buarque (2003–2004) • Tarso Genro (2004–2005) • Fernando Haddad (2005–2007)
Esporte
Agnelo Queiroz (2003–2006) • Francisco Gil Castello Branco (interino) (2003) • Orlando Silva (2006–2007)
Fazenda
Antonio Palocci (2003–2006) • Guido Mantega (2006–2007)
Integração Nacional
Ciro Gomes (2003–2006) • Pedro Brito (2006–2007)
Justiça
Márcio Thomaz Bastos (2003–2007)
Meio Ambiente
Marina Silva (2003–2007) • Cláudio Langone (interino) (2003)
Minas e Energia
Dilma Rousseff (2003–2005) • Mauricio Tolmasquim (2005) • Silas Rondeau (2005–2007)
Pesca e Aquicultura
José Fritsch (2003–2006) • Altemir Gregolin (2006–2007)
Planejamento, Orçamento e Gestão
Guido Mantega (2003–2004) • Nelson Machado (2004–2005) • Paulo Bernardo (2005–2007)
Previdência Social
Ricardo Berzoini (2003–2004) • Amir Lando (2004–2005) • Romero Jucá (2005) • Nelson Machado (2005–2007)
Relações Exteriores
Celso Amorim (2003–2007)
Saúde
Humberto Costa (2003–2005) • José Saraiva Felipe (2005–2006) • Agenor Álvares (2006–2007)
Trabalho e Emprego
Jaques Wagner (2003) • Sandra Meira Starling (2003) • Fernando Roth Schmidt (2003) • Jaques Wagner (2003–2004) • Ricardo Berzoini (2004–2005) • Luiz Marinho (2005–2007)
Transportes
Anderson Adauto (2003–2004) • Keiji Kanashiro (interino) (2003) • Alfredo Nascimento (2004–2007) • Paulo Sérgio Passos (2006–2007)
Turismo
Secretarias
(ligadas à
Presidência da
República)
Comunicação Social
Luiz Gushiken (2003–2005) • Luiz Tadeu Rigo (2005–2007)
Direitos Humanos
Nilmário Miranda (2003–2005) • Mário Mamede Filho (2005–2007) • Paulo Vannuchi (2005–2010)
Políticas de Promoção da Igualdade Racial
Matilde Ribeiro (2003–2007)
Políticas para as Mulheres
Emília Fernandes (2003–2004) Nilcea Freire (2004–2007)
Portos
Secretaria criada em 2007
Secretaria-Geral
Luiz Dulci (2003–2007)
Relações Institucionais
Aldo Rebelo (2004-2005) • Jaques Wagner (2005–2006) • Tarso Genro (2005–2006)
Órgãos
(ligados à
Presidência da
República)
Advocacia-Geral da União
Banco Central
Henrique Meirelles (2003–2007)
Casa Civil
José Dirceu (2003–2005) • Dilma Rousseff (2005–2007)
Controladoria-Geral da União
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